Já caminhei muito, mas não cheguei a lugar nenhum. Acho que andei em círculos. Quero- me de volta, preciso encontrar-me. Se eu cair, não levantarei mais, por isso vou fazer de tudo para te encontrar, só você me salvará. Preciso daqueles velhos raios de sol, daquele velho abraço, preciso... Quero ouvir novamente o canto dos malditos na terra do nunca, quero ir ao seu encontro, mas está caixa, este baú onde estou trancada, não me dá ao menos luz, não tenho chances, a não ser sonhar, e desses sonhos tirarei forças. Preciso de suturas para meus pulsos. Está escuro, não consigo ouvir ao menos o grito desesperado do silêncio. Minha cabeça parece estar debaixo d’água. Eu só quero sair, somente sair, e assim que isto acontecer beijarei o vento, e quem sabe, posso até voar. Nesse embalo, continuo querendo os seus abraços, o seu colo, querendo sentir seu cheiro. Voarei alto, já que tenho você para me salvar quando cair. E começo a sonhar. Sonho que você não me salvará, porém, saio por conta própria desta caixa, meus pulsos não estão mais cortados, e tenho asas. Aprendo a voar, e vou para tão alto, que como encanto, as asas somem, e lá vou eu ao encontro da morte. O sonho, porém, me parece real. Não acordei, e não sei se estou viva, mas é certo que a caixa se abriu. O que me recordo é de seu sorriso.
domingo, 17 de maio de 2009
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Gostei muito do que escreveu!
ResponderExcluirSua sensibilidade e ao mesmo tempo desapego a normas e regras de escritas impostas por sabem se quem a sei la quanto tempo atras, um estilo próprio.
Parabens!
Rayssa,
ResponderExcluirExiste um site (http://leituradiaria.com/) em que o Diário de Annde Frank está duisponível gratuitamente, é só cadastrar o e-mail que eles mandam.
Espero que tenha ajudado.
Juliana (Fábrica da palavra)