Já caminhei muito, mas não cheguei a lugar nenhum. Acho que andei em círculos. Quero- me de volta, preciso encontrar-me. Se eu cair, não levantarei mais, por isso vou fazer de tudo para te encontrar, só você me salvará. Preciso daqueles velhos raios de sol, daquele velho abraço, preciso... Quero ouvir novamente o canto dos malditos na terra do nunca, quero ir ao seu encontro, mas está caixa, este baú onde estou trancada, não me dá ao menos luz, não tenho chances, a não ser sonhar, e desses sonhos tirarei forças. Preciso de suturas para meus pulsos. Está escuro, não consigo ouvir ao menos o grito desesperado do silêncio. Minha cabeça parece estar debaixo d’água. Eu só quero sair, somente sair, e assim que isto acontecer beijarei o vento, e quem sabe, posso até voar. Nesse embalo, continuo querendo os seus abraços, o seu colo, querendo sentir seu cheiro. Voarei alto, já que tenho você para me salvar quando cair. E começo a sonhar. Sonho que você não me salvará, porém, saio por conta própria desta caixa, meus pulsos não estão mais cortados, e tenho asas. Aprendo a voar, e vou para tão alto, que como encanto, as asas somem, e lá vou eu ao encontro da morte. O sonho, porém, me parece real. Não acordei, e não sei se estou viva, mas é certo que a caixa se abriu. O que me recordo é de seu sorriso.
domingo, 17 de maio de 2009
Meu imortal
Espelho, espelho meu, quem sou eu?
Eu sou o tudo, eu sou o nada.
Sou o vento que leva as folhas e dá a elas o seu destino.
Sou a estrada sem fim de uma jornada, com seu cavalheiro covarde e sem armaduras.
Sou eu mesma, com meus sentimentos, mesmo não os tendo. Sou a cara e a coragem. Sou a fome, a sede, o sofrimento, a paz de um conflito...
Eu sou o grito do silêncio, como também sou a felicidade, as lágrimas das rosas.
Meu destino, eu fasso, ninguém se mete.
A minha tristeza é a minha alegria.
O meu coração pulsa, pulsa por um encontro com a morte.
Espelho, espelho meu: quem sou eu?
Eu sou o tudo, como também sou o nada!
Sou a paz, e sou uma guerra.
Quem sou eu, muito prazer, sou a alegria e a solidão!
Abra seus olhos
Open your eyes- Snow Patrol
sábado, 16 de maio de 2009
O que há dentro de mim?
Meu mundo acabou, e só resta o preto, o breu, a escuridão. Quero dormir para nunca mais acordar, e se acordar, que seja para morrer. É esse meu sentimento? Por que é quão difícil aceitar, que tudo que queremos que aconteça não está ao nosso alcance, que parecemos incapazes de realizar? E o mais duro é sonhar. A incapacidade leva à descrença, a covardia, a desistência. O sonho tem serventia somente como ilusionista, e o que podemos receber dele é a desilusão, uma queda, uma derrota. Talvez seja por este motivo que alguns escolham viver somente de ilusões, sentem-se bem neste mundo (se podemos chamar de mundo, já que possuímos outra alma), já que não tem nenhuma fé que os moves para caminhar em frente; e viver e pertencer a fantasmas, fantasmas que se chamam solidão, e nesse lugar viver como se estivesse no paraíso. “Estou morta por dentro”, isto é outro fator que faz com que vivemos com fantasmas, este é o motivo para querer viver onde eu posso tudo, mas este mundo onde se pode tudo é quase possível, se não fosse pelo fato de ser uma ilusão. Mas o que importa é poder sentir isto, mas é importante saber que o quão alto eu subo, maior será o tombo. Existem sim os arrependimentos, eles também são motivos para o querer viver no outro mundo. Percebemos então que dizer que aprendemos com os nossos erros é a mais pura verdade, mas que aprendemos na ilusão é totalmente incorreto, pois nada é verdade, isto é concreto. Meu mundo acaba... Por outro lado é muito bom, pois posso recomeçar um novo, mas levo comigo o meu torpor, um querido amigo, companheiro, que mora dentro de mim, e dele consigo um pouquinho de força, força não é a palavra certa, mas sim um impulso, que faz com que eu crie duas escadas, que por sinal é para subir e descer.
Isegurança: grande amiga!